26 de novembro de 2008

Será o Natal?


Estou começando a ficar confusa.São desastres demais para uma vida só!
A pouquíssimo tempo atrás estávamos falando da Isabela; sucederam então outros indivíduos que também caíram de prédios, cujos nomes não foram alvo de tanta papagaiada.

Tenho certeza de que as mães, as avós, os pais e irmãos envolvidos em todos os casos de "quedas não tão acidentais assim" jamais vão esquecer os nomes que eu não sei. Acho que infelizmente - já nem consigo ter certeza do meu infelizmente - todos os casos D.N. (depois dos Nardoni) serão "insensibilizados".

Sim, a sociedade ainda reprime um crime desse escalão.Entretanto, já fomos vacinados, e hoje, quando essas tragédias aparecerem no jornal, você pode aproveitar para ir ao banheiro: já está sabe como será o desenrolar da história.

Sim, ainda me arrepio de pensar em meninas vítimas de paixões doentes, possessivas, paixões de morte.Só que se outra garota sofrer como Eloá, é bem capaz de não virar manchete dos diários.Afinal, já é casual, não vende mais jornal...

E nós nos acostumamos com coisas tão horríveis, abraçados a frágil idéia de que o nosso dia mal não vai chegar.E se tememos, o fazemos de longe; longe o bastante para não ceder um minuto de reflexão a tudo isso que está nos rodeando;longe o bastante para não pararmos nossas vidas e escutarmos os gritos da humanidade.

No meio de tantas coisas detestáveis, o que há para agradecer?
Muito.

Ainda há nobreza, ainda há virtude entre nós.O mal não venceu!
Em contra partida, há histórias como a do motorista que sofreu com o alagamento da marginal pinheiros, foi ajudado por um grupo de pessoas, que nem o conheciam, mas capazes de abrir mão do seu individualismo e lutar pela vida daquele homem.
Enquanto as cidades de Sta Catarina são devastadas pela chuva, a mobilização nasce como o arco-íris no horizonte.
Doações chegam também à Rua Alba, onde houve um incêndio e os moradores perderam quase tudo.

Não me importa saber se os casos dignos são maiores ou pelo menos iguais numericamente ao de tragédias.
Um gesto como este, para mim, é força suficiente para me fazer acreditar: o mal não venceu!
A politicalha brasileira ( esquecida, mas provavelmente não menos corrupta) não é capaz de nos fazer desacreditar em política;
Relações vergonhosas de pedófilos não são capazes de nos fazer negar que a infância é maravilhosa;
Pais que não dão valor a suas filhas não vão nos render a desacreditar na beleza e na segurança que se manifestam na paternidade;
Um gesto é suficiente.
O meu gesto é suficiente.
O Seu gesto é suficiente.

(Será que o Natal fez isso com as pessoas? kkkk)

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