E desta vez não posso culpar o [maravilhoso] café do Milton. O que não me deixa dormir vai mais além do efeito da cafeína no meu corpo.Foi algo mais profundo e, nem por isso menos estranho...
A troca de olhares com o espelho subitamente fez-me mergulhar até o fundo de mim. Embalada pelo sentimentalismo sarcástico de um dos meus filmes favoritos - 007 Cassino Royale -, cedi à mensagem de reavaliação dos valores que a história deixa implícito no final.
Quando pude perceber, estava no meu quarto, prostrada, afogada em lágrimas.Um choro intenso suficiente para me deixar agora exausta e - enfim - com sono.
Entretanto aqueles minutos foram para mim tão bonitos, felizes - sim, eram lágrimas de felicidade - que não podia deixar de eternizá-los e legitimá-los como marcantes.
Sentada no chão do meu quarto envolto num "breu" silencioso, pude gastar um tempo valioso agradecendo e me emocionando com a infinidade de presentes ao meu redor. Chorava e ria, duvidava da veracidade de tudo aquilo que me vinha a mente.
Tanta coisa boa junta? Precisava duvidar...
Primeiro me veio a mente família: mãe, pai, padrasto, irmão, avó... Não conseguia mais me aprofundar. A avaliação, ainda rasa, dos predicados que podia atribuir aos meus familiares me comoveu. Percebi que todo o valor que possa lhes dar ainda seria pouco...
Olhei para mim, precisei tocar meu cabelo, minhas pernas perfeitas, e até as minhas unhas frágeis para assimilar que, sim, eu era completa e sem defeitos. Aliás, não consegui evitar o coração disparado pensando na grandiosa oportunidade até de corrigir os míseros problemas: dei graças pelo meu sorriso novo e pelas orelhas, que um dia já foram de abano...
Um dos mais novos presentes, o Gui, meu amigo e companheiro, foi outra lembrança que mexeu comigo.Ele parece a resposta para todas as minhas perguntas e todas as minhas necessidades. Se só o que ele é já não fosse superabundante, o que nós somos juntos vem ainda adicionar mais graça e - acima de tudo - crescimento para minha pequena existência.
Ao meu redor, pareciam não parar de surgir coisas para agradecer! A minha casa, meu quarto, minha cama, minhas roupas, meu colégio, conquistas...
Como falou corretamente um amigo, tentar verbalizar algumas coisas às vezes significa reduzir a grandeza delas...
E então, de repente, me dei conta do mais profundo disso tudo. Sorri sozinha, satis-feita (ou seja feita completamente; plena) porque eu sabia para quem agradecer por tudo aquilo.
Precisei agradecer por ter à quem agradecer.
Aí que entra a idéia tirada do livro "A Cabana", de Willian Young : existem coisas que não precisam ser comprovadas cientificamente para serem verdadeiras.Esta é uma delas.
Minha vida prostrada, aberta, entregue inteira somada ao silêncio que ficou entre nós, eu e o "Tudo", foi toda a maior gratidão que já pude expressar.E aproveitei a deliciosa sensação da plenitude, que eu acredito que Deus sonhou um dia quando criou o ser humano.
Eu senti que podia sussurrar àquele misterioso e infinito Criador do Universo: Obrigada!
Foi a melhor "loucura" da minha vida.
Essa canção que tocava no meu quarto, bem baixinho, parecia ser tudo o que eu ouvia de volta do Criador:
It's like catching lighting
The chances we finding someone like you.
It's one in a million
the chances we feeling the way we do.
And with
every step together we
just keep on getting better.
Tradução bem naquelas :
É como agarrar um raio(ou seja, raridade!!) a chance de encontrar alguém como
você
É uma em um milhão a chande de se sentir da maneira como eu me sinto
E cada passo juntos, só vai ficando melhor...
Oi Manu!
ResponderExcluirBom, tenho colocado os comentários nos posts errados! ehehe! Sem querer... Aquele último, dos adolescentes da Betesda, era pra colocar no post dos adolescentes da Betesda e não no do Natal!
Bem, quero comentar o post "We just keep on getting better". Como lá não há espaço para inserir comments, vai aqui mesmo!
Excelente! Por 2 motivos:
Primeiro pelo mais obvio: a grande verdade que é o fato de que temos muito o que agradecer. Puxa, somos tão afortunados, não é! Eu tb me sinto assim, muitas vezes! Agora uma pulga pra ficar atrás das nossas orelhas: e os que não tem nada pra agradecer? Os miseráveis, que passam o Natal no frio, sem comida, com a família separada; os que perderam o filho, os que tiveram a mulher assassinada, os que estão convalescentes, quase à morte... E eles? Têm o que agradecer? Agradeceriam pelo sopro de vida? Sei lá... duro refletir sobre isso, né? Penso muito nisso, apesar de saber que a Betesda tenta dar uma explicação a estas questões, assim como o livro A Cabana tb o faz, mas... Satisfaz aquelas respostas? Sei não... dureza...
Segundo: Manu! Seus textos melhoraram muitíssimo em matéria de desenvolvimento e, principalmente, na questão gramatical. Que evolução! É o que conversamos outro dia: quem lê, aprende a escrever, né?
bjão