14 de dezembro de 2008

We just keep on getting better

Já é tarde. Meu relógio denuncia 01:37 da madrugada de segunda feira, e eu, como quero estar pronta e cheia de disposição às seis da manhã, no caminho para a academia, certamente deveria estar dormindo.
E desta vez não posso culpar o [maravilhoso] café do Milton. O que não me deixa dormir vai mais além do efeito da cafeína no meu corpo.Foi algo mais profundo e, nem por isso menos estranho...

A troca de olhares com o espelho subitamente fez-me mergulhar até o fundo de mim. Embalada pelo sentimentalismo sarcástico de um dos meus filmes favoritos - 007 Cassino Royale -, cedi à mensagem de reavaliação dos valores que a história deixa implícito no final.

Quando pude perceber, estava no meu quarto, prostrada, afogada em lágrimas.Um choro intenso suficiente para me deixar agora exausta e - enfim - com sono.
Entretanto aqueles minutos foram para mim tão bonitos, felizes - sim, eram lágrimas de felicidade - que não podia deixar de eternizá-los e legitimá-los como marcantes.

Sentada no chão do meu quarto envolto num "breu" silencioso, pude gastar um tempo valioso agradecendo e me emocionando com a infinidade de presentes ao meu redor. Chorava e ria, duvidava da veracidade de tudo aquilo que me vinha a mente.
Tanta coisa boa junta? Precisava duvidar...

Primeiro me veio a mente família: mãe, pai, padrasto, irmão, avó... Não conseguia mais me aprofundar. A avaliação, ainda rasa, dos predicados que podia atribuir aos meus familiares me comoveu. Percebi que todo o valor que possa lhes dar ainda seria pouco...

Olhei para mim, precisei tocar meu cabelo, minhas pernas perfeitas, e até as minhas unhas frágeis para assimilar que, sim, eu era completa e sem defeitos. Aliás, não consegui evitar o coração disparado pensando na grandiosa oportunidade até de corrigir os míseros problemas: dei graças pelo meu sorriso novo e pelas orelhas, que um dia já foram de abano...

Um dos mais novos presentes, o Gui, meu amigo e companheiro, foi outra lembrança que mexeu comigo.Ele parece a resposta para todas as minhas perguntas e todas as minhas necessidades. Se só o que ele é já não fosse superabundante, o que nós somos juntos vem ainda adicionar mais graça e - acima de tudo - crescimento para minha pequena existência.

Ao meu redor, pareciam não parar de surgir coisas para agradecer! A minha casa, meu quarto, minha cama, minhas roupas, meu colégio, conquistas...
Como falou corretamente um amigo, tentar verbalizar algumas coisas às vezes significa reduzir a grandeza delas...

E então, de repente, me dei conta do mais profundo disso tudo. Sorri sozinha, satis-feita (ou seja feita completamente; plena) porque eu sabia para quem agradecer por tudo aquilo.
Precisei agradecer por ter à quem agradecer.
Aí que entra a idéia tirada do livro "A Cabana", de Willian Young : existem coisas que não precisam ser comprovadas cientificamente para serem verdadeiras.Esta é uma delas.

Minha vida prostrada, aberta, entregue inteira somada ao silêncio que ficou entre nós, eu e o "Tudo", foi toda a maior gratidão que já pude expressar.E aproveitei a deliciosa sensação da plenitude, que eu acredito que Deus sonhou um dia quando criou o ser humano.
Eu senti que podia sussurrar àquele misterioso e infinito Criador do Universo: Obrigada!

Foi a melhor "loucura" da minha vida.

Essa canção que tocava no meu quarto, bem baixinho, parecia ser tudo o que eu ouvia de volta do Criador:
It's like catching lighting
The chances we finding someone like you.
It's one in a million
the chances we feeling the way we do.
And with
every step together we
just keep on getting better.

Tradução bem naquelas :
É como agarrar um raio(ou seja, raridade!!) a chance de encontrar alguém como
você
É uma em um milhão a chande de se sentir da maneira como eu me sinto
E cada passo juntos, só vai ficando melhor...

Um comentário:

  1. Oi Manu!

    Bom, tenho colocado os comentários nos posts errados! ehehe! Sem querer... Aquele último, dos adolescentes da Betesda, era pra colocar no post dos adolescentes da Betesda e não no do Natal!

    Bem, quero comentar o post "We just keep on getting better". Como lá não há espaço para inserir comments, vai aqui mesmo!

    Excelente! Por 2 motivos:

    Primeiro pelo mais obvio: a grande verdade que é o fato de que temos muito o que agradecer. Puxa, somos tão afortunados, não é! Eu tb me sinto assim, muitas vezes! Agora uma pulga pra ficar atrás das nossas orelhas: e os que não tem nada pra agradecer? Os miseráveis, que passam o Natal no frio, sem comida, com a família separada; os que perderam o filho, os que tiveram a mulher assassinada, os que estão convalescentes, quase à morte... E eles? Têm o que agradecer? Agradeceriam pelo sopro de vida? Sei lá... duro refletir sobre isso, né? Penso muito nisso, apesar de saber que a Betesda tenta dar uma explicação a estas questões, assim como o livro A Cabana tb o faz, mas... Satisfaz aquelas respostas? Sei não... dureza...

    Segundo: Manu! Seus textos melhoraram muitíssimo em matéria de desenvolvimento e, principalmente, na questão gramatical. Que evolução! É o que conversamos outro dia: quem lê, aprende a escrever, né?

    bjão

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